Classes D e E gastam 36% da renda com produtos não duráveis, mostra estudo

Mesmo com o aumento da inadimplência observado neste ano, as classes D e E encontraram outras soluções para manter seu padrão de consumo. Segundo pesquisa apresentada pela consultoria Kantar Worldpanel, essa camada já compra os mesmos bens não duráveis que a classe C.

De acordo com o levantamento, essas duas classes compraram o mesmo número de bens de consumo não duráveis em 2012, mantendo esse movimento em 2013. Das 78 categorias consideradas pela Kantar, 43 foram adquiridas por ao menos 70% das classes C e DE. O estudo considera no mínimo uma compra realizada no período de um ano.

“As classes C e DE têm exatamente o mesmo carrinho de compras”, destacou a diretora comercial da Kantar Worldpanel, Christine Pereira. “O contraste é visível em 2008. Enquanto a classe C comprava 38 categorias, as classes DE compravam 34.”

Para a executiva, os clientes não abrem mão de itens antes considerados supérfluos. “O consumidor está tendo que racionalizar suas compras. Ele não deixa de comprar, apenas o faz em menor quantidade ou espera para fazê-lo”. Entre os produtos que já se consolidaram na cesta de compras da população com menor poder aquisitivo estão creme de leite, extrato de tomate, leite em pó, cremes e loções.

A escolha das classes D e E de manter o padrão de consumo tem reflexos no orçamento de cada família. Essa camada, que corresponde a 35% da população brasileira, gasta aproximadamente 36% de sua renda em bens de consumo não duráveis. Esse número é bem menor nas classes A e B, por exemplo, que dispensam 18% do orçamento a este segmento.

Ao se avaliar o quadro geral, alimentação e bebida dentro do lar é o principal gasto das famílias brasileiras. Em segundo lugar aparecem transportes (que engloba compras e despesas de automóveis), seguido de vestuário, educação e serviços financeiros (que inclui pagamento de dívidas). Segundo Christine, “o sonho de consumo da classe baixa ainda é ter a geladeira cheia. Enquanto isso, as outras classes já gastam mais com segmentos distintos.”

Para a diretora da Kantar Worldpanel, Margareth Utimura, o gasto destinado a bens de consumo não duráveis pela população de menor poder aquisitivo pode ser menor nos próximos anos, embora não seja possível dizer para qual área esses gastos migrem. “A tendência é que isso diminua, mas não se pode afirmar em quanto tempo. O que se sabe ‘e que as classes D e E ainda estão um pouco distantes de gastar na aquisição de um automóvel, por exemplo.”

Fonte: DCI
Por: GS&MD

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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