Brasil perde 12,5 milhões de pré-pagos e ganha 10 milhões de pós-pagos em 2019

Após dois meses de crescimento, a base móvel brasileira voltou a cair em dezembro, segundo informações da Anatel. O mercado encerrou 2019 com 226,67 milhões de chips, após uma queda de 0,79% no mês (e de 1,11% no ano). Isso ocorreu porque, apesar do período de vendas do Natal, a base 4G teve um avanço mais tímido no último mês do ano, enquanto o 3G voltou a cair de forma acelerada. Com isso, o pré-pago também caiu de forma mais acentuada. Em ambos os casos, a operadora Claro foi a principal responsável pela queda, por conta do período de limpeza de base.

Em dezembro, a operadora do grupo América Móvil não obteve um crescimento tão fora do comum na base pós como em novembro. Foram 334 mil adições e um total de 27,49 milhões de linhas no último mês de 2019. Contudo, como a Claro promoveu mais uma vez uma grande limpeza de base pré-paga (com 2,06 milhões de desconexões, total de 26,997 milhões de acessos), passou a ser a segunda (após a Vivo) grande operadora a ter em seu mix uma maior quantidade de celulares pós-pagos, que agora representam 50,5% da base. Considerando a incorporação da Nextel, esse mix melhoraria e ficaria em 53,4%.

Com isso, o mercado em geral mostrou um volume de desligamentos de pré-pagos acima da média, com 2,81 milhões somente em dezembro (redução de 2,35%) e de 12,51 milhões ao longo de 2019, uma queda de 9,66%. Ainda assim, os 117,04 milhões de linhas pré-pagas no Brasil são a maioria, com 51,63%.

Os 109,63 milhões de acessos restantes são do pós-pago, que avançaram em seu ritmo usual de cerca de 1 milhão de adições mensais (0,93%),acumulando 9,97 milhões de crescimento líquido, ou 10%, em um ano. Se continuar neste ritmo, a base brasileira será composta majoritariamente de pós-pago já em agosto de 2020.

Tecnologia

Considerando somente o total de LTE (61% da base móvel brasileira), foram 153,73 milhões de acessos em 2019, um aumento de 0,58% no mês (879,3 mil adições líquidas) e de 18,40% comparado a 2018. A base foi impactada por uma redução da Claro na limpeza de base de 1,50%, ou 547,2 mil desligamentos. Ainda assim, a empresa obteve um crescimento de 20,23% no ano, totalizando 35,99 milhões de conexões. Considerando a incorporação da Nextel, a tele passaria a ter 39,24 milhões de acessos com essa tecnologia.

Confira como as maiores operadoras do País encerraram 2019 na segmentação por tecnologia:

Nos demais grupos, houve crescimento semelhante, incluindo o aglomerado de prestadoras de pequeno porte (PPPs), que mais do que dobraram (110,31%) a base somente no último mês, encerrando o ano com 604 mil acessos. A líder de mercado 4G continua sendo a Vivo, com 48,85 milhões de linhas, um aumento de 0,99% no mês e de 22,42% no ano. Em seguida vêm a TIM, com 39,03 milhões de chips (crescimento de 1,29% no mês e de 16,02% no ano); a Claro com 35,99 milhões; e a Oi, com 24,83 milhões de acessos (aumento de 0,15% no mês e de 18,74% no ano).

Grande parte dos desligamentos do pré-pago e dos acréscimos no 4G parecem ter ligação com redução da base 3G (WCDMA). Foram 2,36 milhões de desconexões no mês, uma redução de 5,21%, totalizando 42,81 milhões de acessos. Comparando com o final de 2018, a queda foi de 18,25%.

O ano encerrou ainda com 30,121 milhões de acessos 2G, após redução de 1,09% no mês. O comparativo anual ficou comprometido com a falta de consistência dos dados da Anatel. Conforme divulgado anteriormente pela agência, a tecnologia GSM teria 23,99 milhões de linhas em janeiro de 2019. Na nova contabilidade, em janeiro do ano passado já seriam 34,4 milhões de acessos. Seguindo a revisão da Anatel, houve redução anual de 12,43% nesse segmento entre janeiro e dezembro do ano passado.

Os acessos máquina-a-máquina (M2M), agora sem divisão por tipo, somaram 24,66 milhões de contratos em dezembro, após aumento de 28,92% somente nesse mês. No ano, o aumento foi menor: 24,60%.

Novo banco de dados

Vale ressaltar que a recente reformulação da Anatel ao acesso de dados trouxe dificuldades no cruzamento de informações, uma vez que os mecanismos disponibilizados no próprio site limitam a manipulação das informações das bases de forma precisa e livre. A única forma de acessar os dados brutos é por meio do download de arquivo de mais de 400 MB com informações duplicadas que deixam a planilha com difícil manipulação. Por conta do excesso de dados, esse arquivo alcança o limite de 1.048.576 linhas possíveis em planilha do Excel, excedendo também em outros programas similares como Numbers (Apple), Planilhas Google e Libre Office; tornando-o essencialmente inutilizável. Para contornar isso, foi necessário baixar 17 tabelas com diferentes recortes no novo site da agência.

Por: Mobile Time

By | 2020-02-10T18:40:58-03:00 04 fevereiro, 2020|Categories: Consumo|Tags: , , , |0 Comments

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Mestre em Economia, especialização em gestão financeira e controladoria, além de MBA em Marketing. Experiência focada em gestão de inteligência competitiva, trade marketing e risco de crédito. Focado no desenvolvimento de estudos de cenários para a tomada de decisão em nível estratégico. Vivência internacional e fluência em inglês e espanhol. Autor do livro: Por Que Me Endivido? - Dicas para entender o endividamento e sair dele.

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